DETECTAR E EVITAR FUTUROS PROBLEMAS RELACIONAIS, EDUCACIONAIS E SOCIAIS
Uma significativa porcentagem de crianças entre 5 e 8 anos apresentam deficiências em sua grafia, indicador precoce de futuros problemas na integração das linguagens superiores da atividade mental: a leitura e a escrita.
O movimento da mão é um dos mais complexos do corpo humano, tanto na motricidade fina como na grossa. Neles concorrem processos que afetam o controle do equilíbrio, a lateralidade corporal e o grau de modulação da tensão psicocorporal.
Quaisquer destes processos tem uma influência determinante na atividade de realização das grafias.
Mais informações sobre grafomotricidade na web:
www.psymov.com
onde você também encontrará valiosos recursos terapêuticos.
OBJETIVO DO TESTE CITAP (T.C.)
Dirigido a avaliar meninos e meninas (sujeitos) desde os 5 anos e meio até aos 8 anos, de inteligência normal e escolarizados ao menos desde os 5 anos. Neste teste, de duração de pelo menos 30 minutos, os objetivos são:
O T.C. pretende ser um método de prevenção e diagnóstico, indicativo do ponto de partida da aprendizagem específica da escrita.
Isolar, desde um ponto de vista interacionista, as áreas débeis da atividade perceptivo-motora da criança que dificultariam sua integração.
Como guia pedagógica o T.C. permite realizar uma análise quantitativa e qualitativa das habilidades adquiridas e das quais requerem estimulação e reeducação.
QUE AVALIA O TESTE CITAP?
O processo evolutivo do desenvolvimento do significante da escrita. Em concreto a série de movimentos neuromotores que emergem para poder realizar todos os traços que intervêm na escrita das grafias. Para lograr isto, é imprescindível:
- A evolução e maturação de vários aspectos perceptivo-motores.
- A comunicação bidirecional adulto-criança. Com esta relação se fomenta:
- O ganho da concepção de integração da criança em todos os espaços de seu entorno.
- Integração na criança de modificações estruturais a médio e longo prazo.
COMO SE DESENVOLVE O T.C.
O Teste Citap está composto por um manual com o testes e por outra parte tem uma ferramenta de apoio e pontuação online.
O manual do Teste CITAP contém as indicações e perguntas ao sujeito, assim como, as Lâminas modelo que servem de referência ao sujeito.
Aplica-se de maneira individual, em condições de tranquilidade e silêncio.
E no transcurso de uma só sessão.
O examinador mostra as lâminas de seu manual de Examinador, o menino / menina responde nas Folhas de Respostas personalizadas e impressas desde o centro de gestão online TEST CITAP.
Depois de cada lâmina introduz a avaliação / pontuação específica ao exercício executado, no sistema online.
Ao terminar o T.C. composto de 40 exercícios, lâminas, o sistema online entregará ao examinador a pontuação total alcançada pelo sujeito, estandardizado segundo o modelo estatístico do Test CITAP.
O sistema reflete o resultado global comparado com os percentis indicando uma conclusão terapêutica sobre o sujeito.
X“O TESTE CITAP É, NÃO SÓ UM EXCELENTE MÉTODO DE DIAGNÓSTICO, MAS TAMBÉM UM GUIA PEDAGÓGICO”
_Teresa Pérez Leal
Grafomotricista Neurolinguística e Psicopedagogia (CSNP) México, D.F. México
O presente teste foi criado, não só com o propósito de ser um excelente método de diagnóstico que indique o ponto de partida da aprendizagem específica da escrita, separando, em um modelo interacionista, as áreas débeis da atividade perceptivo-motora que impedem à criança sua integração, mas também como um guia pedagógico, tanto para o profissional educador, como para o especialista, que permite realizar uma análise quantitativa e qualitativa das habilidades adquiridas e das que requerem estimulação ou segundo a etapa do desenvolvimento, inclusive a reeducação.
Como especialista em Fonoaudiologia, Psicomotricista e Grafomotricista recorri ao uso do teste há mais de 15 anos, pelo alto índice de crianças com dificuldades em leitura-escrita, que tenho recebido ao longo de 27 anos de trabalho na área de reabilitação, apresentando alterações gnoso-práxicas, principalmente de tipo digráfico; por outro lado dei-me à tarefa de aplicá-lo de modo preventivo-educativo ao longo de 10 anos, em uma instituição educativa com uma adaptação, para avaliar 4 crianças pequenas do mesmo grau escolar de maneira simultânea e isso com a finalidade de prevenir e gerar estratégias educativas para uma adequada evolução e maturação do processo grafomotor, até alcançar sua consolidação e dar um salto no signo da escrita. Em ambos os processos de avaliação por sua estrutura e aplicação, o Teste permite realizar uma análise qualitativa complementar que resumo por seu interesse:
- Observação da lateralidade gráfica ou manual;
- A preensão trípode (a pinça com 3 dedos para segurar o lápis) tão importante para a coordenação digital;
- A organização postural, causadora em geral das corretas coordenações dos segmentos longos do braço atuante;
- A posição da folha, causadora das dificuldades na maioria dos casos, dos deslocamentos dos varridos perceptivos-motores da mão;
- e, especialmente na pulsão tônica, por si, é preciso uma intervenção psicomotora de base ou complementar.
Como temos podido constatar o Teste que temos em nossas mãos, é exequível em seu planejamento, tanto para educadores como para especialistas nas dificuldades de aprendizagem: seu conteúdo e função, não só se adapta às necessidades da psicopedagogia, mas às da pedagogia.
Esta nova edição do TGH surge da necessidade dos autores de proporcionar as ferramentas de prevenção e diagnóstico oportuno, assim como algumas estratégias de intervenção na estimulação e reeducação que se requerem nestes tempos de constantes mudanças depois de anos de presenciá-los e constatá-los, brindando-nos com grande qualidade seus vastos conhecimentos e experiências que pessoalmente com orgulho, tenho podido receber e transmitir.
“UM TESTE NASCIDO COMO INSTRUMENTO ESPECÍFICO DO PSICOMOTRICISTA E UTILIZÁVEL POR OUTROS PROFISSIONAIS”
_Prof. Dr. Bernardo Dalla Bernardina
Diretor Catedrático de Neuropsiquiatria Infantil
Faculdade de Medicina - Universidade de Verona - Itália
Hoje, a disgrafia é um tema de enorme relevância clínica, seja como um transtorno específico ou dentro dos transtornos do desenvolvimento da aprendizagem e das habilidades acadêmicas (escolares).
Deixando de lado a disgrafia de origem lesional ou a relacionada com enfermidades específicas, podemos pensar que a disgrafia do desenvolvimento poderia estar dentro dos transtornos leves do movimento, em que se vêm afetados os aspectos qualitativos da coordenação motora, relacionados ao mesmo tempo, com aspectos neuropsicológicos e psicoafetivos-relacionais.
Por isto, a disgrafia sempre tem sido objeto de grande interesse por parte da Psicomotricidade e da Neuropsiquiatria infantil, não só no passado (Dupré, 1910; Wallon, 1925,1928) mas também na atualidade (Ajuriaguerra, 1963; Auzias, 1971; Lurçat, 1984; Albaret, 2008). O interesse tem se tornado maior no momento em que se quer considerar a escrita desde seus primórdios e desde os processos do desenvolvimento neuromotor, inclusive antes que haja um valor de signo e de linguagem. Daqui se deriva a grafomotricidade ou motricidade gráfica como estudo de todos os movimentos que se encontram na organização da escrita em seu aspecto formal: movimentos fundamentais para detectar, não só no plano executivo para definir melhor o diagnóstico, mas também e sobretudo, para uma correta e coerente programação que tenha em conta a intervenção psicomotora.
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Entender a disgrafia significa estudar na escrita a presença de todos os movimentos necessários para escrever. E não só isto, mas que é possível comprová-lo inclusive antes que a criança comece a escrever.
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Normalmente, na literatura se tem encontrado que os estudos e as investigações vão todas dirigidas à escrita, pelo que atualmente há mais provas (testes) que avaliam a escrita em si mesma, enquanto que há pouco ou nada no que se refere à grafomotricidade.
Está aqui pois, o Teste de Habilidades Grafomotoras de Juan Antonio García Núñez, Orfelio León Garcia e Franco Boscaini que, depois da 1a edição de 1980, se propõe de uma maneira atualizada e graficamente melhor como Manual, podendo utilizar-se de forma mais manejável por todos aqueles que desejam aplicá-lo. Um teste nascido dentro do próprio âmbito da Psicomotricidade, como instrumento específico do psicomotricista e, utilizável em qualquer caso, também por outros profissionais que trabalhem no campo das dificuldades acadêmicas. É mais uma ferramenta útil para a avaliação grafomotora, cuja administração é bastante rápida e fácil, sendo aplicável a partir de 5 anos e 6 meses de idade.
A utilidade desse teste aplicável sem necessidade de um material particular, parece tão óbvia para o uso que já se está fazendo em certos países até a data, que alguns autores têm solicitado para que se realize sua publicação simultaneamente em espanhol, italiano e português, para facilitar seu conhecimento e utilização. Daí a esperança de que haverá também na Itália, após a primeira estandardização na Espanha, uma estandardização para a população italiana. Esperamos que a esta ferramenta se possam acrescentar outras para melhorar o diagnóstico que tem em conta a psicomotricidade, desde uma perspectiva preventiva e de ajuda ao bem-estar atual e futuro da pessoa.
Problemas relacionais, educacionais e sociais da criança
A criança necessita comunicar-se com o outro; necessita intercambiar suas experiências para reconhecer e reconhecer-se; o que Ele é, procede da valoração que o Outro dá de sua atividade.
A comunicação é sempre um intercâmbio de afetos, emoções e sentimentos. Estes são os valores que vão determinar o processo evolutivo psicossocial da criança.
A leitura e a escrita
«Para escrever – diz Luria (1970) - é necessário por em funcionamento um variado sistema de funções cerebrais diferentes como são a avaliação dos sons por meio das áreas de discriminação auditivas; seu reconhecimento (palavras) por meio da articulação, que expressa os processos de decodificação do sinal auditivo ao visual; a análise sequencial que permita a translação ordenada dos fonemas a grafemas e finalmente sua conexão com o significado.
A atividade da escrita é, em síntese, um processo global que implica em sua ação todo o córtex cerebral.»
O movimento da mão
Sem resolver os múltiplos problemas perceptivo-motores que apresentam os significantes da escrita não se alcança a liberar a energia necessária que se ocupe do significado (Ajuriaguerra, 1979). Como os trabalhos levados a cabo por diversos autores tem demonstrado (Lassen, Ingvar e Skinhoi, 1980), a utilização do tônus cortical em atividades de aumento de tensão muscular ou em movimentos não automatizados (carentes de «melodia cinética») (Ajuriaguerra, Auzias e Denner, 1973), não permitem a organização antecipada das intenções.
Influência
Luria (1970), Cigoli e outros (1973 tem indicado que a função da linguagem escrita é determinante para o desenvolvimento de qualquer outra atividade mental superior. A razão disto parece encontrar-se no alto grau de desenvolvimento que devem alcançar as diferentes funções cerebrais que compõem sua estrutura, tanto em sua especialização como em sua interação.